Flamengo garante vaga na final da Libertadores
O empate sem gols contra o Racing, realizado na noite desta quarta-feira (29) no Estádio El Cilindro, em Avellaneda, assegurou a classificação do Flamengo para a final da Copa Libertadores, que ocorrerá em Lima. Contudo, essa classificação, obtida após 40 minutos com um jogador a menos, não foi um mero acaso, mas sim o resultado de uma estratégia tática bem elaborada. Essa estratégia começou de forma móvel, adaptou-se às dificuldades encontradas durante o jogo e terminou com uma demonstração de "jogo argentino" e solidez defensiva.
Alterações na escalação
Para a partida de volta, o técnico Filipe Luís decidiu promover o retorno de Léo Ortiz à zaga, que havia se recuperado de lesão. Contudo, a principal mudança foi na formação do ataque. Sem a presença de Pedro, o treinador optou por escalar Gonzalo Plata em uma função mais centralizada.
A ideia era formar um trio de ataque com leveza e intensa movimentação, composto por Plata, Luiz Araújo e Carrascal. Na prática, o equatoriano não atuou como um pivô fixo, mas flutuou entre as posições de esquerda, direita e centro, intercambiando frequentemente de posição com Arrascaeta, que também se infiltrava na área adversária.
Pressão do Racing e controle do Flamengo
O Racing tentou responder ao Flamengo com uma marcação alta e pressão na saída de bola do time rubro-negro. No entanto, o Flamengo mostrou resiliência e não sentiu a pressão do El Cilindro, apresentando uma performance tática superior no primeiro tempo. A equipe conseguiu manter a posse de bola e criou diversas oportunidades de gol, com destaques para Varela, Arrascaeta e Luiz Araújo.
O único desajuste na estratégia foi a dificuldade de Plata em receber a bola próximo à área adversária, o que fez com que o time perdesse a referência central em alguns momentos. Quando o Racing adiantou suas linhas e forçou o jogo aéreo, a dupla Pulgar e Jorginho se destacou, ganhando as segundas bolas e mantendo o controle do meio-campo.
Defesa do Flamengo se destaca
Mesmo quando o ataque não fluía de maneira ideal, a defesa do Flamengo teve uma atuação decisiva. A equipe entrou em campo claramente preparada para neutralizar as principais armas do Racing, que consistiam em bolas longas e cruzamentos. Léo Pereira se destacou no jogo aéreo, rebatendo inúmeras bolas e garantindo a solidez defensiva. Ao seu lado, Léo Ortiz, mesmo tendo sentido um incômodo no tornozelo logo no início da partida, manteve-se firme. Quando a zaga foi testada, o goleiro Rossi se destacou com segurança, especialmente em uma cabeçada de Conechny aos 11 minutos do segundo tempo. O goleiro argentino também foi fundamental para "esfriar" o jogo em momentos críticos.
Maturidade do Flamengo após expulsão
A maturidade coletiva do Flamengo foi testada aos 10 minutos da segunda etapa, quando Gonzalo Plata foi expulso. Com um jogador a menos, a estratégia criativa do time foi comprometida. Filipe Luís rapidamente adaptou sua abordagem, priorizando a defesa. O técnico decidiu sacrificar a criação de jogadas, retirando Arrascaeta, Carrascal e Luiz Araújo, e promovendo a entrada de Danilo, Royal e Saúl para reforçar o sistema defensivo.
O próprio treinador explicou a mudança tática após o jogo. Ele ressaltou que o Racing ataca com muitos jogadores na última linha e que a solução encontrada foi espelhar essa lotação. "Acreditamos que a linha de cinco defensores seria importante para defender os cruzamentos. As trocas foram feitas pensando nesse aspecto. Deu certo", afirmou Filipe Luís.
A nova formação defensiva
Com a nova formação, o Flamengo abdicou de atacar e entrou em um modo de sobrevivência. Bruno Henrique foi o único jogador mantido na linha de frente, encarregando-se da tarefa de lutar sozinho pela posse e também de reforçar a defesa em jogadas aéreas.
O Racing, por sua vez, apostou tudo em cruzamentos, implementando uma estratégia de “chuveirinho” em busca de um gol. Foram quase 40 cruzamentos direcionados à área do Flamengo. No entanto, a equipe argentina esbarrou tanto em suas limitações técnicas quanto na defesa intransponível do Flamengo. Léo Pereira e Rossi se destacaram em suas atuações.
O Flamengo então demonstrou que também é capaz de executar o "jogo argentino". A equipe soube sofrer, administrou o tempo de jogo, interrompeu o ritmo do adversário e esfriou o ímpeto do Racing. Não se tratou de um massacre por parte do Racing; foi um jogo seguro e controlado pelo Rubro-Negro, que se viu ameaçado apenas pelo volume de jogo do adversário, e não pela qualidade técnica. A atuação foi aguerrida, competitiva e refletiu a alma que a Libertadores exige.
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