Decisão Judicial do Flamengo
A recente decisão do Flamengo de buscar apoio judicial para bloquear um repasse de R$ 77 milhões da Libra não impacta apenas os clubes envolvidos na liga, mas também provoca reações nos bastidores da Gávea. O que se iniciou como uma disputa sobre os critérios de divisão de receita proveniente de transmissões televisivas evoluiu para uma divergência interna significativa, evidenciando as tensões entre a atual administração do clube e grupos que estão associados ao ex-presidente Rodolfo Landim. As informações foram relatadas pelos jornalistas Alexandre Araújo e Rodrigo Mattos, do portal "UOL".
Aposentadoria de Receitas
A diretoria do Flamengo argumenta que o modelo atual de distribuição de receitas resultará em uma perda de aproximadamente R$ 100 milhões em 2025, em comparação ao faturamento obtido em 2024. A gestão liderada por Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, classificou a conduta da Libra como "ilegal" e defende que a via judicial é a única alternativa viável após meses de discussões sem consenso.
Do outro lado da disputa, a Libra e seus associados, entre eles Palmeiras, Atlético-MG e Grêmio, foram pegos de surpresa pela decisão do Flamengo e interpretam essa manobra como uma tentativa de "sufocar" os demais clubes, com o intuito de forçar uma mudança nos critérios de audiência. Em uma nota oficial, a liga declarou que o tema foi "exaustivamente debatido" e que se compromete a "defender na Justiça a legitimidade das decisões coletivas".
Reflexos nos Bastidores do Flamengo
Enquanto a disputa externa se desenrola nas cortes, a situação interna no Flamengo promete esquentar na próxima terça-feira, dia 7, em uma reunião convocada do Conselho Deliberativo. O objetivo oficial do encontro é "esclarecer dúvidas e alinhar os próximos passos", mas a expectativa é de que a reunião se torne um espaço para a manifestação das fissuras políticas existentes no clube.
Embora haja um consenso entre muitos membros da Gávea de que a diretoria tomou a decisão correta ao defender os interesses do Flamengo na Justiça, a maneira como o processo foi conduzido gera certo desconforto. Membros de grupos que já apoiaram Landim e que, de alguma forma, estão integrados à gestão atual, expressam incômodo em relação à condução do caso.
Críticas à Gestão Anterior
As principais críticas estão relacionadas a erros cometidos pela gestão anterior. Relatos indicam que, na época, o contrato com a Libra não foi apresentado em sua totalidade ao Conselho Deliberativo, o que impediu os conselheiros de entenderem as implicações da votação. Inicialmente, a projeção de perda estava em R$ 80 milhões, mas esse número já foi atualizado para R$ 100 milhões.
Ao mesmo tempo, membros dos grupos que apoiaram a gestão anterior acusam a atual cúpula, vinculada a Bap, de "atribuir a culpa de tudo à antiga gestão", o que gera um ambiente de caça às bruxas que se estende a outras questões, como a renegociação relacionada à construção do estádio no terreno do Gasômetro.
Silêncio de Rodolfo Landim
Enquanto isso, o ex-presidente Rodolfo Landim, que desempenhou um papel central no acordo original com a Libra, opta por um silêncio estratégico. Aliados próximos afirmam que ele deve fazer um pronunciamento online em breve, onde se espera que apresente sua versão sobre os acontecimentos recentes.
Cenário de Incerteza
O Flamengo se encontra em um cenário de incerteza, sendo obrigado a lutar em duas frentes distintas: uma batalha judicial contra a Libra, que pode resultar na suspensão de até R$ 230 milhões até o final do ano, e uma articulação política interna que visa apaziguar os ânimos e unificar o clube em torno de uma solução. A reunião programada para a próxima semana será crucial para determinar o futuro dessa disputa.
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