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Ministério Público solicita punição para sete réus por ‘incêndio culposo’ no Ninho do Urubu

por Robson Caitano

Ministério Público do Rio de Janeiro Pede Condenação por Incêndio no Ninho do Urubu

Acusação de Incêndio Culposo

No último domingo, o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) solicitou a condenação de sete indivíduos envolvidos no trágico incêndio ocorrido no Ninho do Urubu, o centro de treinamento do Flamengo, em fevereiro de 2019. O incêndio resultou na morte de dez adolescentes e ferimentos em outros três menores. O MPRJ destacou a gravidade do caso em uma nota divulgada nesta segunda-feira, enfatizando que o episódio é considerado "a maior tragédia da história do Flamengo".

Detalhes do Caso

Após uma longa instrução criminal que se estendeu por mais de três anos e envolveu o depoimento de mais de quarenta testemunhas, o MPRJ concluiu que há provas suficientes para responsabilizar os acusados. Entre os denunciados estão Antonio Marcio Mongelli Garotti e Marcelo Maia de Sá, que ocupavam cargos de gerência na administração do centro de treinamento. Também estão na lista Claudia Pereira Rodrigues, Danilo da Silva Duarte, Fábio Hilário da Silva e Weslley Gimenes, todos envolvidos com os contêineres que serviam como alojamento para os jovens. Edson Colman da Silva, responsável pela manutenção dos aparelhos de ar-condicionado, também é um dos denunciados.

O MPRJ informou que o Ninho do Urubu operava sem o alvará de funcionamento, ou seja, sem a autorização do Corpo de Bombeiros, o que configura uma grave irregularidade. Além disso, o órgão ressaltou a falta de manutenção nos sistemas de ar-condicionado, que contribuíram para as falhas elétricas que provocaram o incêndio.

Identificação dos Acusados

Os denunciados são:

  • Antonio Marcio Mongelli Garotti: Diretor financeiro do Flamengo entre 2017 e 2020.
  • Marcelo Maia de Sá: Diretor adjunto de patrimônio.
  • Claudia Pereira Rodrigues: Responsável pela assinatura de contratos.
  • Danilo da Silva Duarte: Engenheiro técnico dos contêineres.
  • Fábio Hilário da Silva: Engenheiro técnico dos contêineres.
  • Weslley Gimenes: Engenheiro técnico dos contêineres.
  • Edson Colman: Sócio da empresa responsável pela manutenção de ar-condicionado.

Trâmites Judiciais

O processo judicial revelou que, apesar de onze pessoas inicialmente serem denunciadas, duas foram excluídas por não estarem mais vinculadas ao caso, um terceiro foi absolvido sumariamente e um quarto não chegou a ser julgado devido à prescrição do delito. O MPRJ argumenta que, por meio de uma análise minuciosa, é possível estabelecer que os comportamentos dos denunciados contribuíram efetivamente para o incêndio, afastando a ideia de que se tratou de um acidente inevitável.

O Impacto do Incêndio

O incêndio no Ninho do Urubu não apenas resultou em perdas de vidas, mas também gerou um profundo impacto na sociedade e na imagem do clube. O MPRJ enfatiza que o episódio poderia ter sido evitado, destacando a atuação negligente dos acusados em relação às normas de segurança. As evidências apontam que o centro de treinamento operava sem as devidas aprovações e que os contêineres não possuíam as condições mínimas de segurança, como janelas adequadas e sistemas de combate a incêndios.

Além disso, a estrutura dos contêineres, que contava com portas de correr que emperraram durante o incêndio e uma única porta de saída, dificultou a fuga dos jovens. A falta de medidas de segurança e a presença de materiais altamente inflamáveis contribuíram para a rápida propagação das chamas.

Com base nessas informações, o MPRJ busca a responsabilização dos acusados, argumentando que a sociedade espera uma resposta penal que reflita a gravidade do ocorrido e a necessidade de garantir a segurança em locais destinados a jovens atletas.


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