Críticas de Edílson Pereira de Carvalho a Bruno Henrique
Ao que parece, o ex-árbitro Edílson Pereira de Carvalho acreditou ter alguma legitimidade para criticar Bruno Henrique, jogador do Flamengo, e se envolver em seu processo. O ex-juiz, que foi preso por manipulação de resultados e banido do futebol, demonstrou um total desconhecimento sobre o caso do jogador, que é conhecido como Camisa 27.
Críticas à Pena de Bruno Henrique
Em uma entrevista concedida a Duda Garbi, Edílson criticou a pena de 12 jogos imposta a Bruno Henrique, afirmando que o jogador deveria ter sido banido do futebol, assim como ele foi. Edílson expressou sua indignação ao dizer: "Bruno Henrique pegou só 12 jogos? Por qual motivo? Por que nenhum jogo, então? Já que é para ser punido, que puna com criminal. Se pegou 12 aqui, tem que ser punido criminalmente. Se ele foi punido, é porque pecou, errou, ludibriou. Para mim, ele teria que ser banido. Banido".
Comparação com Lucas Paquetá
O ex-árbitro também mencionou o caso de Lucas Paquetá, que não foi considerado culpado. Ele afirmou que, durante os jogos, observou que Paquetá tentava forçar cartões amarelos, mas não recebeu as punições. "O Lucas Paquetá… Eu assisti aos jogos. Hoje eu assisto muitos jogos. Assisti o Lucas Paquetá; querendo tomar cartão amarelo a torto e direito. Dando pontapé a todo lado e o árbitro não dava. Na mesma jogada, ele fez três faltas para cartão amarelo, brincando", disse Edílson.
Inexistência da Falta
Edílson se lembrou do lance que originou a investigação sobre Bruno Henrique, que ocorreu em 2023, durante uma partida do Brasileirão contra o Santos. Para o ex-árbitro, a falta cometida por Bruno Henrique foi clara, mas há um consenso de que a falta, na verdade, não existiu. Esse argumento foi utilizado pela defesa do jogador no tribunal. Edílson afirmou: "O Bruno Henrique, em Santos x Flamengo, foi uma falta clara".
Acusações Infundadas sobre Apostadores
A declaração mais polêmica de Edílson foi quando ele afirmou que Bruno Henrique teria informado a seu irmão, amigos e cunhado que tomaria um cartão amarelo. "E o Bruno Henrique, pelo Flamengo, pelo que vejo nos noticiários, o Flamengo pediu. Toma o terceiro hoje para perder o próximo. Até então, normal, todo clube faz isso para limpar para jogar aquele clássico importante. Mas não ele, o Bruno Henrique, avisar o seu irmão, seu cunhado, seus amigos, ‘olha, vou tomar o cartão amarelo e vocês apostam nesse site’", disse Edílson, disseminando informações falsas.
A Verdade sobre Bruno Henrique
Edílson parece ter ignorado ou não se informado sobre as diferenças entre sua condenação e a de Bruno Henrique. O jogador não foi condenado por manipulação de resultados, como ocorreu com o ex-árbitro, mas sim por uma atitude considerada anti-desportiva. Bruno Henrique foi punido por ter comunicado a alguém que forçaria um cartão amarelo, a pedido do próprio clube, sem que isso prejudicasse a equipe ou beneficiasse as apostas. O julgamento de Bruno Henrique levou em consideração que ele mencionou a situação a seu irmão, a pedido do Flamengo.
Portanto, as informações divulgadas pelo ex-árbitro, de que Bruno Henrique teria espalhado a informação para amigos e cunhado, são inverídicas. A investigação mostrou que essas pessoas foram informadas pelo irmão do jogador.
Recordação da Condenação de Edílson
O ex-árbitro Edílson não hesitou em recordar sua própria condenação. Ele comentou que sabia que sua carreira estava encerrada quando a Polícia Federal foi até sua casa. Ele afirmou: "Os dois têm que ser banidos. Porque vão continuar. Eu fui banido, naquela sexta-feira lá em casa, chegou a Polícia Federal, eu já sabia, acabou a minha carreira. E quando eu fosse descoberto eu seria banido".
Edílson e a Máfia do Apito
No documentário ‘Máfia do Apito’, produzido pelo SporTV, Edílson admitiu seu envolvimento no escândalo e relembrou o Brasileirão de 2005 ao afirmar que alterou o resultado do campeonato. Ele disse: "Eu mudei o campeão brasileiro. Sem a máfia do apito, a equipe campeã seria o Internacional, o campeão seria o Internacional".
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) anulou 11 jogos apitados por Edílson, que também mencionou um erro específico em um lance envolvendo o jogador Tinga, do Internacional: "(O Márcio Rezende) Errou três vezes em um lance só: não deu o pênalti, não expulsou o Fábio Costa e expulsou o Tinga".