Proposta de Venda do Maracanã
Nos bastidores da política do Rio de Janeiro, uma nova proposta coloca o Flamengo no centro de uma articulação para o futuro do Estádio do Maracanã. Um projeto de lei que lista imóveis do Governo do Estado a serem vendidos para quitar dívidas com a União incluiu o Complexo do Maracanã, e o alvo preferencial para a compra seria o próprio clube Rubro-Negro.
A informação foi apurada pelo "RJ2" da "Globo" e ganhou força após a confirmação de que o presidente do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, conhecido como Bap, esteve presente em uma reunião onde a ideia foi discutida.
Aprovação na Assembleia Legislativa
O projeto de lei já foi aprovado na Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) na última quarta-feira, dia 22, e agora segue para votação em plenário. O presidente da CCJ, deputado Rodrigo Amorim, do União Brasil, confirmou a presença de Bap na articulação. Segundo ele, a ideia surgiu de um encontro no gabinete do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar, também do União, que contou com a participação do deputado Alexandre Knoploch, do PL.
"Tivemos uma reunião recente inclusive com o presidente do Flamengo no gabinete do presidente Rodrigo Bacellar. E é fundamental que o Estado dê uma destinação ao estádio", afirmou Amorim.
Riscos de um "Elefante Branco"
Um dos principais argumentos dos deputados para justificar a venda do Maracanã é o receio de que o estádio se transforme em um "elefante branco". A analogia utilizada nas conversas é a do Estádio do Pacaembu, em São Paulo, que teria se esvaziado após o Corinthians inaugurar seu próprio estádio em Itaquera.
Com o Flamengo ainda mantendo o projeto de construção de um estádio próprio, embora o próprio Bap tenha tratado o tema com mais cautela recentemente, prevendo uma inauguração apenas para 2036, a Alerj vê a venda direta como um "antídoto" para garantir a utilização do Maracanã.
"Cada vez que o Maracanã abre para um jogo, seja ele qual for, é uma quantia próxima a R$ 1 milhão para acontecer o evento. Não tem sentido a gente ter um elefante branco que o estado continue bancando", completou Amorim.
Jogada Política e Eleições de 2026
A movimentação em torno da venda do Maracanã também é vista como uma estratégia política no contexto das eleições de 2026 para o Governo do Estado. Rodrigo Bacellar, da Alerj, e o prefeito Eduardo Paes, do PSD, são considerados os principais adversários na disputa.
Nos últimos anos, Paes esteve ativamente envolvido nas negociações para viabilizar o estádio próprio do Flamengo no terreno do Gasômetro. De acordo com as informações, ao propor a venda do Maracanã já pronto para o Flamengo, Bacellar ofereceria um "atalho" para que o clube tenha sua casa definitiva e, ao mesmo tempo, retiraria de Paes o trunfo de ter auxiliado o Rubro-Negro. Para os conselheiros de Bacellar, essa operação seria um "gol de placa", associando seu nome à solução do estádio do Flamengo e garantindo arrecadação aos cofres do estado.
Viabilidade Financeira da Compra
A estimativa dos deputados é que a venda do Maracanã possa render cerca de R$ 2 bilhões, um valor considerado abaixo das projeções para a construção de uma nova arena, com a vantagem de que o equipamento já está pronto e plenamente identificado com o clube.
No entanto, qualquer negociação de venda enfrenta um obstáculo claro: o contrato de concessão vigente. O Consórcio Fla-Flu, que atualmente administra o estádio, possui um contrato válido até 2044. Em contato, o consórcio afirmou que o contrato será cumprido até o final.
O Flamengo e o Governo do Estado não enviaram posicionamento oficial sobre a inclusão do estádio na lista de propriedades a serem vendidas.
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