Flamengo se manifesta sobre documento de critérios de audiência
Nesta segunda-feira, dia 6 de novembro, o jornalista Danilo Lavieri divulgou uma matéria em que apresenta um documento do Flamengo, assinado por Rodolfo Landim, que aborda os critérios de audiência estabelecidos pela Libra em setembro de 2024. No entanto, a reportagem publicada pelo UOL recebeu uma resposta oficial do clube rubro-negro, que procurou esclarecer o conteúdo do material apresentado.
Resposta oficial do Flamengo
O Flamengo, em nota enviada ao portal, destacou que "o texto exclui a parte da ponderação com base nas receitas de cada plataforma de exibição". A mensagem prosseguiu explicando que, no contrato, a Globo paga um preço por todos os direitos, sem a especificação de um preço por plataforma. Assim, segundo o clube, o texto do Anexo 1 não é exequível, pois "faltam dados essenciais para se aferir os percentuais de rateio". O Flamengo solicitou que o texto do Anexo 1 seja alterado para que uma fórmula que possa ser calculada seja estabelecida.
A polêmica entre Flamengo, Libra e Globo
A polêmica envolvendo o Flamengo, a Libra e a Globo ganhou força recentemente, após a alteração nas regras de distribuição das receitas de transmissão. O contrato firmado entre a liga e a emissora está avaliado em R$ 1,17 bilhão por temporada, dividindo essa quantia em três partes: 40% é distribuído igualmente entre os clubes, 30% é baseado na performance esportiva e os 30% restantes são definidos com base na audiência. É exatamente essa última porção, que representa cerca de R$ 309 milhões anuais, que gerou um impasse significativo.
Mudança nas regras de audiência
Até 2024, a divisão dessa parcela considerava o engajamento das torcidas, levando em conta diversos fatores, como o número de assinantes de TV, a quantidade de torcedores e a presença do público nos estádios. Esse modelo favorecia equipes de grande massa, como o Flamengo, que frequentemente lidera todos os índices de popularidade e audiência.
Entretanto, com a nova regra da Libra, o critério foi completamente alterado. Agora, a medição é feita exclusivamente pela audiência de cada jogo, e o valor gerado é dividido igualmente entre os dois clubes que estão em campo, sem levar em consideração o peso das torcidas ou o engajamento em pay-per-view. Essa mudança foi vista como prejudicial para o Flamengo.
Impactos financeiros da nova distribuição
O Flamengo estima que a alteração nas regras pode resultar em um prejuízo de até R$ 100 milhões em 2025, o que poderia alcançar R$ 500 milhões ao longo de um período de cinco anos. As negociações para a nova divisão se estenderam por um período de oito meses, durante o qual foram apresentadas seis fórmulas alternativas, mas nenhuma delas foi aceita pela liga. Em agosto de 2024, a Libra aprovou a nova regra por maioria de votos, o que gerou controvérsia, uma vez que o estatuto da entidade exige unanimidade para a realização de alterações.
Votação e ações judiciais
Na votação, Flamengo e Volta Redonda manifestaram seu voto contra a nova regra e argumentaram que o veto deveria ter sido suficiente para barrar a decisão. Em resposta a essa situação, o Flamengo ingressou na Justiça e obteve uma liminar que bloqueou R$ 77 milhões da Globo, valor referente à parcela de audiência.
Considerações finais
As mudanças nas regras de distribuição de receitas e a forma de cálculo da audiência continuam a ser um tema de grande relevância e controvérsia no meio esportivo, especialmente para clubes de grande porte como o Flamengo, que se vê desafiado a adaptar-se a novas condições que impactam diretamente suas receitas e sua relação com as emissoras de televisão.
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